domingo, 31 de agosto de 2008

Backpack

Deixei Londres hoje. E gostei muito da cidade. Cosmopolita, com uma qualidade de vida incr'ivel. O transporte 'e 'otimo. Andar de ^onibus 'e f'acil. Andar de metr^o 'e ainda mais f'acil. As coisas s~ao caras, mas d'a pra segurar a onda. Quase tudo o que visitei tem entrada gratuita.
Pois bem, antes de sair da cidade estive alguns dias hospedada na casa da Giovana. Cheguei na casa dela na sexta-feira `a noite e j'a acompanhei a mo'ca em uma festa. Um conhecido brasileiro dela reuniu pessoas na casa dele. Metade brasileiros, metade ingleses e uma australiana. Fui meio de penetra, mas acabou sendo bem divertido. Foi bom conversar com gente j'a estabelecida em Londres.
No s'abado eu e a Gi fomos at'e Candem Street, onde acontece uma feira toda alternativa. 'E poss'ivel encontrar roupas, cal'cados, antig"uidades, artigos de v'arias partes do mundo, discos, CDs etc... Parte da feira acontece em um antigo est'abulo e a estrutura original foi mantida, dando um clima diferent~ao para tudo.
Na parte da tarde fomos fazer uma farofada em um parque pr'oximo da casa dela. S'o alegria. O dia tava incrivelmente quente, lindo, ensolarado e preparamos um lanche bem bacana. Foi minha despedida de Londres - por enquanto. Domingo pela manh~a (hoje) viajei para Oxford, onde devo permanecer apenas mais algumas horas.
Pela primeira vez nessa viagem - imagino que isso seja quase um record - tirei o guarda-chuva da mochila. O tempo t'a bem feinho, mas eu t^o achando isso bom tamb'em, porque a garoa inconstante combina com o ar medieval daqui.
O caminho para Oxford foi um barato. Peguei um trem, morrendo de medo de ter pego o errado e vi a paisagem mudar muito. Sa'i de Londres, que dispensa grandes apresenta'c~oes, para visitar um interior menos explorado. O countryside 'e mesmo diferente. Belas paisagens. e Oxford, cidade universit'aria do s'eculo 12, est'a no meio disso tudo.
A cidade 'e bem interessante, repleta de castelos, basicamente s'o possui constru'c~oes antigas. Tirei v'arias fotos. Por'em, as imagens e os acentos eu vou ficar devendo, porque estou em uma lan house meio que bem mais ou menos, com um teclado horr'ivel, e deixei o cabo da c^amera na mala - que abriguei provisoriamente em um albergue, at'e minha partida para Edimburgo hoje `a noite. Fico l'a uns tr^es dias, depois ainda preciso confirmar...

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Changes

Hoje não tirei nenhuma foto e estou escrevendo a partir de um Mac, não sei se isso muda alguma coisa. Então, saí da casa dos meus tios e agora vou passar uns dias na casa da Giovanna, em Kilburn, um bairro aqui de Londres.
Os meus meus próximos passos mais prováveis são: Escócia, Irlanda, Paris, Bélgica, Alemanha e, possivelmente, Espanha. Mas ainda não há nada muito certo. A única certeza que tenho aqui é a que estou muito feliz e que só pelo que já passou valeu a pena.

Dani (maninha), hoje dediquei quase o dia todo a você. Estive em todas, ou quase todas, as grifes deste universo procurando um presente pra vc. Mas olha, ainda não encontrei nada que eu possa comprar... Nem uma moedeiro, nem uma chaveiro, nem um zíper! Que loucura!
Uma curiosidade sobre as mulheres aqui de Londres: Elas adoram fazer compras. Sempre estão carregando sacolas de compras... As lojas estão sempre lotadas e as vendedoras nem são chatas e nem se importam se você vai comprar ou não. Se vc não comprar, outra compra. A mercadoria gira horrores, mesmo com os preços nas alturas. Agora tá rolando uma porção de li quidações aqui. E o povo não perdoa. Dá trabalho para entrar e para sair das lojas. Um inferno.
E Dani! Eu suportei tudo isso por você! Até entrei na fila da 'Luís Vitão' (sic) - sim, tem fila, dá pra acreditar? As pessoas enfrentam fila para gastar centenas de libras em minutos... Ahhh
No fim, s[o lembrancinhas, por enquanto, mas a busca continua. Comprei umas coisas pra mim. Bem baratas, considerando as circunstâncias.
Mas gente, as lojas de grife são um luxo que só, viu... E os produtos... Tá, são bons, mas tb tem coisa boa por um quarto do preço.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Ups! I did it again

Após sérios problemas (óh!) com a lei norte-americana por não pagar o metrô, eu cometi o mesmo erro em Londres, nas mesmas circustâncias, porém, sem graves consequências. Corri para não perder o trem e esqueci de pagar (essas estações que contam com a honestidade das pessoas e não com a eficiência das catracas me tentam...).
Mas dessa vez não havia problema, eu comprei um passe semanal, só esqueci de passá-lo no 'pagador' de tickets. Saí na estação desejada sem ser questionada e, novamente, sem catracas. Foi como se essa viagem não tivesse acontecido em meus registros.

Foto: Gabriele Alves
E para onde eu estava indo? Greenwich, onde está o observatório real de Londres e o meridiano que determina as horas no nosso querido planeta Terra. É um passeio legal. Tem uma linha no chão e aparatos astronômicos. É mais interessante visitar à noite, pois o meridiano é marcado no horizonte com uma luz de laser partindo do observatório. Mas não rola ir lá à noite, então fiz um passeio matinal.
Dentro do observatório. Foto: Gabriele Alves
Eu em foto no telescópio.
À tarde fui até o Museu Imperial da Guerra. É um local incrível, uma documentação invejável, fonte de informações preciosas (do ponto de vista jornalístico ou não). O museu possui uma coleção quase infinita de aparatos de guerra (armas, uniformes, tanques, mísseis), vídeos, fotos, exposições direcionadas e atrações interativas para entrar no clima de uma guerra.
Deixo bem claro que tudo isso com um caráter ANTI-bélico. A idéia básica é mostrar como a coisa toda acontece (no mundo todo, separadamente), o quão estúpido é deixar acontecer e as conseqüências terríveis de uma guerra.
"Para deixar que o mau tome conta, basta que os homens bons não façam nada". Já tinha lido essa frase algumas vezes na vida, mas lá fez muito mais sentido. Tem partes de tirar o fôlego.
Desde que era pequena sempre tive dificuldade para entender o que leva pessoas a pensar em fazer guerra. Agora que eu entendo um pouco mais, acho ainda mais terrível e idiota. Barbaridade. Dava para falar muita coisa. Estou com vontade de falar muita coisa, mas esse não é o lugar, nem a hora. Vou dormir.

Dia 27

Palácio de Buckingham. Foto: Gabriele Alves
Ontem foi até o Palácio de Buckingham para ver a troca da guarda. Já sabia que não era grande coisa mas achei que valia a pena para tirar fotos de guardas com chapéu preto. Programa de índio. Centenas de pessoas amontoadas, turistas mal-educados do mundo todo. Demora um pouco, é meio chato, mas tive a impressão de que a maioria das pessoas gostou. A parte mais interessante é ver os guardas socando os turistas no lugar certo com os cavalos...
Foto: Gabriele Alves
Foto: Gabriele Alves

Depois foi até Trafalgar Square, uma praça bem grande e central. Almocei meu hambúrguer vegetariano, com um monte de gente (almoçando) e pombos (almoçando).
Fui até lá para visitar a National Gallery, uma galeria de arte importante, com obras de Michelangelo, Leonardo Da Vinci, Monet, Manet, Rembrandt, Van Gogh, entre outros. Tudo de grátis. Uma belezinha.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Peculiaridades

Foto: Gabriele Alves
Queimando calorias para pegar o metrô.
As pessoas aqui comem em qualquer lugar. No banco da praça, na escadaria da loja, no metrô, no chão, tudo bem natural. Eu, particularmente, acho ótimo. Chega a hora do almoço, é só abrir a marmita e mandar ver.
Da mesma forma como comem em qualquer lugar, jogam lixo em qualquer lugar. Abrem um pacote e pluft, no chão, no metrô, não importa, e ninguém acha estranho. Uma vergonha. E existem explicações para o fato. A primeira é bem simples, um hábito horrível, incondizente com todo o quase excesso de educação que existe aqui (na rua é só sorry, excuse me, thank you, thanks, please). A segunda é a seguinte: Após atentados em 2005, a neura local levou a atitudes drásticas, como retirar todas as lixeiras que poderiam servir de base para um ataque terrorista. E faz algum sentido. Quase não tem lixeiras por aqui. Como ‘protesto’, as pessoas teriam começado a jogar lixo na rua.
Com toda a educação lixesca que recebi, prefiro carregar meu lixo até encontrar um local apropriado de destinação.
Outra coisa daqui que me chamou a atenção é o conceito de moda. Aqui tem de tudo, mas tudo mesmo! E não apenas pela presença de estrangeiros e sua cultura, mas o povo local também é muito livre em relação a isso. Existe a moda, a tendência, mas existe espaço para qualquer estilo. No metrô, por exemplo, dá pra roubar umas idéias interessantes.
Falando em metrô... Esse meio de transporte é muito eficiente por aqui, cobrindo quase toda a cidade satisfatoriamente. Porém... Que inferninho é esse lugar. Eles têm sérios problemas com o sistema de ventilação, todo mundo reclama. Além, é claro, do lixo. Existem muitos periódicos distribuídos gratuitamente aqui. O povo lê e larga para o próximo. Muito nobre, não fosse o fato de que no fim do dia os jornais ocupam mais espaço do que as pessoas nos vagões (ok, exagerei). Na verdade, o que indigna é o fato de algumas pessoas não tomarem banho e entrarem fedidas em um local sem ventilação... hehe Mas daí já é outra história. Em geral, tudo vai bem.

Hyde Park. Programa de domingo.

Foto: Gabriele Alves
Eu no domingo.

Novos horizontes

Hoje visitei o Museu de História Natural e o Museu da Ciência, um ao lado do outro. Ambos muito interessantes, embora eu tenha gostado mais do de História Natural. Esse programa eu queria mesmo fazer. Natureza, animais, história, conhecimento e ciência. Pra quem faltou às aulas talvez seja meio complicado acompanhar, porque é uma carga de informação muito grande (embora seja tudo muito didático - o da ciência ainda mais voltado a crianças). Se fosse humanamente possível passar atentamente por todas as exposições e guardar o conteúdo os visitantes sairiam de lá verdadeiros cientistas. Todas essas coisinhas que aparecem em e-mails testando nosso conhecimento e aquela exposição Mané de dinossauros em Curitiba, tudo está lá, aprofundado, contextualizado e explicado.


Foto: Gabriele Alves

Após visitar os museus fui até a Tower Bridge, a ponte da foto do primeiro post aqui de Londres – que meus tios erroneamente me apontaram ser a London Bridge. A verdade é que, apesar de a London Bridge ter um papel histórico importante, porque foi a primeira ponte na City, a região que primeiro se desenvolveu por aqui, a Tower Bridge é mais bacana para visitar.

Até o momento estava cercada de turistas nesses lugares. Os museus (por sorte cheguei cedo) estavam entupidos de gente e os arredores da Tower Bridge também. Então decidi explorar uma Londres diferente. Fui até Brick Lane (pelo menos esse foi o nome que me indicaram, mas não vi isso escrito em nenhum lugar lá). Andei por um bairro comercial de indianos e muçulmanos. Uma mistura de lojas moderninhas com uma feira de roupas indianas tradicionais. Dei uma procurada por coisas de dança do ventre nas lojas árabes, mas não encontrei nada.
Por aqui existem muitos indianos (normal considerando a colonização inglesa na Índia). E também existem muitos muçulmanos aqui. Não sei se alguns, ou a maioria, são indianos - realmente ainda não sou capaz de identificar com certeza.
Pensei em ir até Greenwich, mas achei que não ia dar tempo.




Fotos: Gabriele Alves

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Feriado


Foto: Gabriele Alves

A última segunda-feira do mês de agosto é feriado aqui. Em Nothing Hill acontece uma grande festa, uma das maiores daqui. É um Carnaval de rua, cheio de pegação e confusão. Considerei a possibilidade de ir até lá em missão jornalística, mas tendo alguma informação em mente, cheguei à conclusão de que não valia a pena.
Pela manhã fui até a London Eye, ao lado do Big Ben (Big Ben é o nome do principal sino e não a torre em si). Mas meu objetivo estava aos pés da London Eye. O Museu do Salvador Dali. De quebra, com uma exposição do Picasso junto. Muito bom, mesmo, mesmo.
À tarde, fui encontrar uma amiga, a Giovanna, também ex-colega do curso de comunicação. Após um chá de menta, ela me me deu dicas interessantes e me apresentou um casal de amigos curitibanos.

As coisas estão bem por aqui, mas planejo ir além dos horizontes londrinos...

domingo, 24 de agosto de 2008

Aventuras


Foto: Gabriele Alves

Agora começo a ter coisas para contar realmente.
Ontem visitei pela manhã o centro comercial de Piccadilly Circus com a minha tia. Muitas lojas. Roupas, calçados, bolsas, maquiagem, perfumes, eletrônicos, tudo. Para os mais consumistas é quase uma sessão de tortura. Não me considero integrante do grupo e mesmo assim passei vontade. Até existem coisas com preços mais acessíveis que no Brasil, mas em geral é preciso fazer as contas para não fazer bobagem.

Desmitificando: as cabines telefônicas vermelhas são para turistas. Não estão em todos os lugares.

À tarde, visitei uma fazenda, bem pequena, mais ainda uma fazenda, que fica do lado oposto do Tâmisa onde estão os maiores prédios comerciais da região. Um contraste interessante.

No fim do dia - vitória - corri. Tem um parque aqui perto do apartamento. Fui lá no fim do dia me exercitar em terras extrangeiras. Pretendo fazer isso sempre que possível. Aqui é bem arborizado, tá gosto respirar.

Problema: A água aqui resseca a pele. Ando o dia todo, meu pé tá acabado, cheio de calos. Ok, vou superar.

Noite: Ainda ontem encontrei dois amigos do curso de comunicação aqui. O Pael e o Bruno Reis. O Pael vai embora já na segunda. O Bruno deve ficar aqui por mais um mês. Fomos à um pub irlandês em Covent Garden - tem pubs em todo o lugar aqui, no meio dos bairros, no centro, do lado dos bosques (as pessoas, de ambos (ou todos) os sexos e todas as idades, bebem demais. Encontramos um colega do Bruno, da arábia saudita. Ficamos no pub até fechar (meia noite). Depois fomos a um club. Os clubs ficam abertos até mais tarde. Alguns até às 3h, outros até às 5h, varia bastante.
É muito legal ver as diferenças e semelhanças com a noite brasileira. Detalhes eu conto outra vez.
Voltei para o apartamento bem tarde, de ônibus. Isso porque tive sorte. Os motoristas de ônibus do turno da noite são meio malvados. As pessoas sinalizam e eles não param, flaguei ele fechando a porta na cara de passageiros... Uma loucura, sério mesmo.
Uma menina tava indignada porque o mesmo motorista não parou para ela em dois pontos diferentes. Depois de alguns minutos de conversa acabamos descobrindo que ela também era brasileira...
Enfim, peço desculpas pelo texto desconexo, pretendo melhorar. Isso acontece porque só escrevo quando sobra um tempinho para mim no computador, bem cedo, ou bem tarde.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Segundo dia


Foto: Gabriele Alves

Hoje pela manhã dei uma explorada na região que cerca o apartamento onde estou hospedada. À tarde estive na chamada "City", o grande centro comercial de Londres, uma das poucas, ou talvez a única, região onde existem prédios altos.
Esse cara aí em cima foi o primeiro nativo que me deu bola por aqui... Brincadeira. Antes teve o cara da imigração... Haha
Na verdade as pessoas aqui são muito educadas e, a princípio, não são muito fechadas. Mas ainda não tenho opinião formada sobre isso porque não fiz nada que envolvesse muita comunicação, além de carregar um cartão de transporte.
Hoje também dei uma especulada nos preços das coisas - comidas, roupas, calçados e eletrônicos. Confesso que pensei que fosse até mais caro. O que não significa que seja barato.
Enfim, esses dois dias foram muito estranhos para mim. Ainda estou me adaptando. Mas tenho a impressão de que nunca vou me adaptar com a idéia de estar aqui de férias, sem trabalho, sem estudo, sem nada. Existe um vazio estranho. Uma dor na consciência.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Primeiro dia


Foto: Gabriele Alves

Primeiro dia em Londres. Sobrevivi à imigração. Agora tudo é novidade.
A cidade é antiga, tem cerca de 2000 anos. Ainda não deu tempo de fazer muita coisa. Só dei uma breve explorada nas redondezas do apartamento do meu padrinho e da minha tia, onde devo permanecer hospedada por um tempo.
Falando nisso, tirei essa foto da janela da sala. Ok, usei um zoom. Mas dá mesmo pra ver a London Bridge daqui.
Primeiro post sobre a viagem, os anteriores serviram para eu testar os recursos do blog.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Bye, bye


Foto: Thaísa
Pois bem, é chegada a hora de dar tchau. Essa foto aí é da despedida no VU. Bem quente, muita gente, muita fumaça (meus olhos lacrimenjantes na foto não são só de emoção) e bem divertido também. Malas prontas, here we go.


domingo, 10 de agosto de 2008

Time to start

You saw it on 'Earth To America!', now see it here. The Blue Man Group really gets the message across loud and clear with this great video. Can you hear? From: stopglobalwarming.org

Time to Start é o nome de uma música do trio Blue Man Group - estes seres peculiares aí em cima. Ao assistir o vídeo, há algum tempo já, fiz a associação do Time to Start com a necessidade de agir para frear, parar, postergar ou o que for possível, o aquecimento global.

sábado, 9 de agosto de 2008

Os ombros suportam o mundo


Foto: Enio Leite

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
preferiram (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Carlos Drummond de Andrade